quinta-feira, dezembro 18, 2008

Ai, que preguiça!


Tô de férias! e, como atesta a foto, com muita coisa pra fazer. Pretendo viajar. Fazer minhas viagens nômades e sedentárias. Quero ir à Grécia reencontrar Platão e participar dos Diálogos Socráticos, banquetes filosóficos que faz um bom tempo, não participo. Estão em meus planos, também, ir à Alemanha e reencontrar Nietzsche, ir à Cuba conversar com Pedro Juan Gutiérrez, ir à Espanha e dar muitas risadas com os moinhos de vento de D. Quixote etc... Bom, essas são as minhas viagens sedentárias. Além de me dedicar um pouco à escrita de ficção, coisas que não publico no blog. Desta forma , ficarei uns dias sem postar, e sem curtir também a ansiedade que me faz sempre acessar o blog para ver se algum potencial leitor visitou-me. Expectativa de todos os blogueiros, afinal quem escreve algo e publica é porque quer ser lido. E quanto as viagens nômades, espero descobrir lugares bucólicos nesta velha e bela Bahia. Ah, tinha me esquecido. Também quero ver muito filme.Portanto, aos meus pouquíssimos e seletos visitantes, até breve, e que o próximo ano seja repleto de alegria para todos os seres humanos.

segunda-feira, dezembro 15, 2008

A sapatada em Bush

Foto: AFP
Todas as vezes que eu vejo o presidente dos Estados Unidos na televisão, eu penso em quanto aquela figura se parece com um rato empalhado. É verdade. É o retrato desse homem desvitalizado, manipulado pelos grandes conglomerados empresariais, como a indústria bélica, empreiteiras etc.. que me desperta essa visão. Daí que eu fico meditando como essa imagem de um animal , o rato, que, penso, todos têm nojo, ao ser transformada por um taxidermista em um objeto aparentemente inofensivo, pode ganhar até mesmo status de chefe de Estado. De maneira indelével, George W. Bush está eternizado em minha galeria mental como um roedor empalhado. Digo isso motivado pelo episódio que todos os jornais noticiaram no fim de semana pasado: a sapatada que o repórter iraquiano deu (e é uma pena que tenha errado o alvo) naquele que os jornais costumam chamar de "o homem mais poderoso do planeta". Após o "atentado" (cômico, não?), Bush disse que "isso não me incomoda". Claro. Em outras encarnações deve ter sido uma barata, e, sendo assim, deve ter tomado muita chinelada. Ah, um detalhe: ao atirar o sapato, o repórter gritou: "é o beijo de despedida, seu cachorro"!. Penso que o "melhor amigo do homem" (o cão) não merece tamanha ofensa.

sábado, dezembro 13, 2008

Liminar garante aos Pataxós direito de terra




Os índios Pataxós ganharam da justiça uma liminar que lhes dá o direito de permanecerem nas terras localizadas na reserva indígena Caramuru. Concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Eros Grau, a liminar valerá até o julgamento final de uma ação que tramita na corte. Há 26 anos fazendeiros de Pau Brasil, sul da Bahia, e ìndios disputam o direito de permanecerem de posse das terras. Os fazendeiros possuem títulos das propriedades, emitidos pelo governo do estado ainda sob a antiga constituição. Desde 1982 que a Funai tenta anular esses registros. O ministro achou por bem, diante da tensão que cresce a cada dia, conceder aos Pataxós o direito da terra.

AI-5: o golpe dentro do golpe.


Não satisfeitos com o golpe militar de 1964, as "vacas fardadas" deram o golpe dentro do golpe com a edição do AI-5, que hoje completa 40 anos. O ato institucional foi o tiro de misericórdia nos anseios populares de verem o país retomar o caminho da democracia. No dia 13 de dezembro de 1968, ano emblemático na história da luta pelos direitos civis no mundo todo, o general, ditador de plantão, Arthur da Costa e Silva assinava o nefando ato. Portanto,vinte anos e tres dias depois de a Organização das Nacões Unidas promulgarem a Declaração Universal dos Direitos Humanos, os milicos desafiava o bom senso e os direitos humanos no Brasil. O ato de exceção aposentou juízes, cassou direitos políticos, além de afiar as malditas garras contra a oposição que, não tendo vias democráticas para protestar, resolveu pegar em armas. O que se viu daí pra frente foi o horror institucionalizado nos porões dos centros de repressão: tortura e morte. Em 1978, confrotados com as crescentes manifestações pela redemocratização do país, o general Ernesto Geisel assina o fim do AI-5 e restaura o habeas-corpus. Esta nota é para não deixar passar em branco a data de triste memória: 13 de dezembro de 1968.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Prêmio Esso de Fotojornalismo 2008


O fotógrafo Clóvis Miranda, do jornal A Crítica (Manaus), ganhou o Prêmio Esso de Fotojornalismo com a foto Martírio no Presídio. A rebelião dos presos aconteceu no Instituto Penal Antônio Trindade (Manaus) durante um mutirão para retirada de documentos dos mesmos, no dia 24 de setembro deste ano e terminou 16 horas depois . Durante o motim, um preso morreu. O repórter fotográfico registrou o momento da retirada de um detento que tinha sido torturado e mutilado. Reparem como a cena lembra o clássico quadro que retrata o momento em que Jesus Cristo é retirado da cruz. Há mais de 2000 anos continuamos sacrificando vidas. Falhamos, definitivamente. Nossos presídios, instituições que, teoricamente, deveriam ser centros de ressocialização, é onde acontecem cenas das mais chocantes. Aqui "fora" não é muito diferente. Para os fascistas que acham que presos merecem este tipo de tratamento, eu recomendo: leiam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que hoje completa 60 anos.Parabéns ao fotógrafo pelo registro cotidiano da nossa brutalidade. .

sábado, dezembro 06, 2008

Punição aos torturadores

Na última quarta-feira o tenente da reserva José Vargas Jimenez, alcunha Chico Dólar, deu um depoimento à Comissão Especial da Lei da Anistia. Na ocasião, o tenente confessou que participou de torturas e mortes aos prisioneiros da guerrilha do Araguia. Segundo o psicopata torturador, mãos e cabeças dos prisioneiros eram decepadas para dificultar identificações. Isso tudo de prisioneiros indefesos, que o estado tinha obrigação de proteger e depois apresentar a um tribunal. Ainda assim, o tenente se acha um herói. Dá pra imaginar como um indivíduo desses, completamente imbecilizado pelo posto que ocupava, recebendo ordens de superiores tão desprezíveis quanto ele, ainda se convence de que estava lutando para livrar a nação de alguma ameaça. É demais. Comentendo crime de lesa-humanidade, imprescritíveis. Não dar para anistiar um sujeito desses. O dep. Daniel Almeida (PC do B-Ba) presidente do colegiado vai acionar o Ministério Público para punir o assassino e torturador confesso.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Festa de Santa Bárbara- Iansã

Na frente do palco- Largo do Pelourinho















PAZ E AMOR




Atrás do palco....
Dormia a nossa Pátria Mãe tão distraída
sem perceber que era subtraída
em tenebrosas transações.
Trecho da música Vai passar
(chico Buarque - Francis Hime)












terça-feira, dezembro 02, 2008

Daniel Dantas condenado

Foto:Sergio Castro/AE
O honrado juiz Fausto de Sanctis condenou o banqueiro baiano Daniel Dantas a dez anos de cadeia e ao pagamento de uma pesada multa pela tentativa de corrupção ativa. É lamentáve que as leis brasileiras permitam que o banqueiro cumpra em liberdade, e ainda com direito a recurso. Fosse um pobre brasileiro, apodreceria na prisão. Na última vez em que DD viu o sol nascer quadrado, o ministro do supremo Gilmar Mendes deu dois habeas corpus em menos de 48 horas para por em liberdade Daniel. Lametamos que o mafioso tenha parte da mídia brasileira no bolso. Aguardemos o desfecho

segunda-feira, dezembro 01, 2008

La mañana

Vivia em um país latino-americano extremamente corrupto. Banqueiros, magistrados, policiais, políticos, enfim, todas as esferas da vida pública tinham sido contaminadas. Metástase, em uma palavra. O povo, historicamente excluído de todo o processo de construção do país, vivia na maior penúria material e indigência cultural. Novelas que narravam dramas repetitivos dos ricos. Ele vivia sonhando com um levante popular. "Besteira, somos muito ordeiros", ouvia. "Desde sempre eles roubam dinheiro público e nada acontece". "O povo tem o governo que merece". "Vai ser sempre assim". Ele discordava. Não deixava de sonhar. Fuzilamentos, guilhotinas... "Não têm pão, que comam brioche etc...Um dia de fevereiro ouviu estampidos e uma imensa bulha.Era uma manhã ensolarada.Sem saber do que se tratava, (nem procurou saber), abriu uma garrafa de vinho tinto (o sangue dos deuses, assim ele chamava), bebeu uma taça, e, do alto dos seus noventa anos bem vividos, morreu satisfeito.