domingo, março 29, 2009

O Leite Derramado no Brasil

Foto:Divulgação
Esperado com ansiedade pelos fãs, eu entre eles, chegou ontem (28) às livrarias o novo romance de Chico Buarque, Leite Derramado. Quarto livro de uma também prolífica carreira de romancista, Leite Derramado sintetiza o processo de formação social do país. É bom lembrar que Chico é filho do sociólogo e historiador Ségio Buarque de Holanda, de quem herdou profundo conhecimento das nossas raízes. "Lá em casa como em todas as boas casas, na presença de empregados os assuntos de família se tratavam em francês, se bem que, para mamãe, até me pedir o saleiro era assunto de família."Este trecho faz parte da memória do personagem de Leite derramado, Eulálio D'Assumpção, que revê a vida a partir do seu fim, em um leito de hospital. O centenário personagem faz uma viagem pela memória, entrelaçando assuntos particulares com a História do Brasil. Quer saber mais? corra até a livraria. Este é o "Velho Francisco", derramando sua seiva neste cenário inóspito. Lembrando Caetano Veloso: "derrama o leite bom na minha cara e o leite mau na cara dos caretas" Vale a pena ler. Companhia das Letras, R$ 36,0u

sexta-feira, março 27, 2009

Eliana Tranchesi: rica, loira, perigosa, contrabandista e sonegadora, presa.

Página Policial Foto:Fernando Donasci-Folha imagem
A perigosa meliante, contrabandista e sonegadora de impostos, Eliana Tranchesi, que usa como fachada uma empresa de nome DASLU, foi presa na manhã de quinta-feira (26) pela polícia federal, em cumprimento de sentença judicial condenatória da 2a Vara da Justiça Federal. Um irmão da perigosa sonegadora de nome Antônio Carlos Piva também foi preso. A prisão foi resultado de uma megaoperação, denominada Narciso, que teve início em Julho de 2005, em uma ação conjunta da PF e da Receita Federal.Os membros da quadrilha são reincidentes, uma vez que foram detidos na época. Ainda na quinta-feira, a honrada juíza Maria Isabel do Prado condenou a chefe da quadrilha, Eliana Tranchesi, a uma pena de 94 anos e seis meses. A sociedade brasileira está atenta para que seus advogados não entrem com um pedido de relaxamento da prisão, alegando que a ré não oferece perigo para a sociedade. Vejam só: se uma perigosa quadrilheira desta não oferece perigo, então, socorro! Chamem o ladrão!!!! ouví dizer que a sujeita andava fazendo planos de abrir uma filial da perigosa rede em Salvador. Vade retro, satanás. Perguntar não ofende: por quê os jornalões não publicam as matérias que envolvem ladrões ricos nas páginas policiais? Respostas para este blog, por favor. A resposta mais sincera vai ganhar um presente. Como disseram os Engenheiros do Hawai: o pop não poupa ninguém. Cadeia neles.

sábado, março 21, 2009

Gilmar Mendes censura jornalista na TV Câmara


O jornalista Leandro Fortes, da Revista Carta Capital, está sendo processado pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, por ter feito matéria investigativa sobre os negócios dos quais o ministro é sócio. Recentemente, Leandro foi convidado para ir a um programa de debate na TV Câmara, em que o assunto em pauta eram os supostos grampos ilegais feitos pelo delegado que investiga Daniel Dantas, Protógenes Queiroz. O programa foi retirado do ar, segundo ele, por ordem do ministro Gilmar Mendes, que teria ligado para o Presidente da Câmara, Michel Temer, fazendo a imposição. Abaixo, reproduzo a carta aberta aos jornalista que o repórter publicou após o episódio.


Carta aberta aos jornalistas do Brasil


No dia 11 de março de 2009, fui convidado pelo jornalista Paulo José Cunha, da TV Câmara, para participar do programa intitulado “Comitê de Imprensa”, um espaço reconhecidamente plural de discussão da imprensa dentro do Congresso Nacional. A meu lado estava, também convidado, o jornalista Jailton de Carvalho, da sucursal de Brasília de O Globo. O tema do programa, naquele dia, era a reportagem da revista Veja, do fim de semana anterior, com as supostas e “aterradoras” revelações contidas no notebook apreendido pela Polícia Federal na casa do delegado Protógenes Queiroz, referentes à Operação Satiagraha. Eu, assim como Jailton, já havia participado outras vezes do “Comitê de Imprensa”, sempre a convite, para tratar de assuntos os mais diversos relativos ao comportamento e à rotina da imprensa em Brasília. Vale dizer que Jailton e eu somos repórteres veteranos na cobertura de assuntos de Polícia Federal, em todo o país. Razão pela qual, inclusive, o jornalista Paulo José Cunha nos convidou a participar do programa.
Nesta carta, contudo, falo somente por mim.
Durante a gravação, aliás, em ambiente muito bem humorado e de absoluta liberdade de expressão, como cabe a um encontro entre velhos amigos jornalista, discutimos abertamente questões relativas à Operação Satiagraha, à CPI das Escutas Telefônicas Ilegais, às ações contra Protógenes Queiroz e, é claro, ao grampo telefônico - de áudio nunca revelado - envolvendo o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás. Em particular, discordei da tese de contaminação da Satiagraha por conta da participação de agentes da Abin e citei o fato de estar sendo processado por Gilmar Mendes por ter denunciado, nas páginas da revista CartaCapital, os muitos negócios nebulosos que envolvem o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), de propriedade do ministro, farto de contratos sem licitação firmados com órgãos públicos e construído com recursos do Banco do Brasil sobre um terreno comprado ao governo do Distrito Federal, à época do governador Joaquim Roriz, com 80% de desconto.
Terminada a gravação, o programa foi colocado no ar, dentro de uma grade de programação pré-agendada, ao mesmo tempo em que foi disponibilizado na internet, na página eletrônica da TV Câmara. Lá, qualquer cidadão pode acessar e ver os debates, como cabe a um serviço público e democrático ligado ao Parlamento brasileiro. O debate daquele dia, realmente, rendeu audiência, tanto que acabou sendo reproduzido em muitos sites da blogosfera.
Qual foi minha surpresa ao ser informado por alguns colegas, na quarta-feira passada, dia 18 de março, exatamente quando completei 43 anos (23 dos quais dedicados ao jornalismo), que o link para o programa havia sido retirado da internet, sem que me fosse dada nenhuma explicação. Aliás, nem a mim, nem aos contribuintes e cidadãos brasileiros. Apurar o evento, contudo, não foi muito difícil: irritado com o teor do programa, o ministro Gilmar Mendes telefonou ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, do PMDB de São Paulo, e pediu a retirada do conteúdo da página da internet e a suspensão da veiculação na grade da TV Câmara. O pedido de Mendes foi prontamente atendido.
Sem levar em conta o ridículo da situação (o programa já havia sido veiculado seis vezes pela TV Câmara, além de visto e baixado por milhares de internautas), esse episódio revela um estado de coisas que transcende, a meu ver, a discussão pura e simples dos limites de atuação do ministro Gilmar Mendes. Diante desta submissão inexplicável do presidente da Câmara dos Deputados e, por extensão, do Poder Legislativo, às vontades do presidente do STF, cabe a todos nós, jornalistas, refletir sobre os nossos próprios limites. Na semana passada, diante de um questionamento feito por um jornalista do Acre sobre a posição contrária do ministro em relação ao MST, Mendes voltou-se furioso para o repórter e disparou: “Tome cuidado ao fazer esse tipo de pergunta”. Como assim? Que perguntas podem ser feitas ao ministro Gilmar Mendes? Até onde, nós, jornalistas, vamos deixar essa situação chegar sem nos pronunciarmos, em termos coletivos, sobre esse crescente cerco às liberdades individuais e de imprensa patrocinados pelo chefe do Poder Judiciário? Onde estão a Fenaj, e ABI e os sindicatos?
Apelo, portanto, que as entidades de classe dos jornalistas, em todo o país, tomem uma posição clara sobre essa situação e, como primeiro movimento, cobrem da Câmara dos Deputados e da TV Câmara uma satisfação sobre esse inusitado ato de censura que fere os direitos de expressão de jornalistas e, tão grave quanto, de acesso a informação pública, por parte dos cidadãos. As eventuais disputas editoriais, acirradas aqui e ali, entre os veículos de comunicação brasileiros não pode servir de obstáculo para a exposição pública de nossa indignação conjunta contra essa atitude execrável levada a cabo dentro do Congresso Nacional, com a aquiescência do presidente da Câmara dos Deputados e da diretoria da TV Câmara que, acredito, seja formada por jornalistas.
Sem mais, faço valer aqui minha posição de total defesa do direito de informar e ser informado sem a ingerência de forças do obscurantismo político brasileiro, apoiadas por quem deveria, por dever de ofício, nos defender.
Leandro Fortes
Jornalista
Brasília, 19 de março de 2009
Vale informar que depois de todas as reclamações e repercussões geradas por milhares de internautas, nos blogs independentes, nos posts enviados à TV Câmara, nas cobranças feitas aos deputados, o link da entrevista voltou a ser disponibilizado na TV Câmara. Vale a pena ver e ouvir a excelente conversa entre os jornalistas Leandro Fortes (Carta Capital), Jailton Carvalho (O Globo) sobre o assunto dos supostos grampos ilegais feitos pelo ínclito delegado Protógenes Queiroz. Quem quiser assistir vai até TV Câmara clica em pesquisar vídeo, Comitê de Imprensa, vão abrir todos os links do programa. Imperdível.Graças a força dos internautas, estamos vencendo o obscurantismo de quem quer poder mais que a liberdade de expressão do povo.

quinta-feira, março 19, 2009

O sonho avança na América Latina

Foto:AFP
O candidato da Frente Farabundo Martí Para a Libertação Nacional (FMLN), grupo de ex-guerrilheiros, Mauricio Funes, é o novo presidente eleito em El Salvador. A Frente lutou contra a ditadura militar que era financiada pelos Norte-Americanos nos anos 80. Tempos sombrios em El Salvador. Camponeses eram assassinados apenas porque lutavam pelo direito à terra. Grupos paramilitares, criados e treinados pelos Estados Unidos, aterrorizavam o país. Um fato chocou o mundo nesse período. O Arcebispo e crítico dos criminosos, Oscar Romero, foi fuzilado durante uma missa. Quatro freiras também foram assassinadas, sob a desculpa de que eram comunistas. O caubói Ronald Reagan governava os EUA. Os tempos mudaram, e agora a América Latina elege mais um candidato de esquerda, que promete mudar os rumos da subserviência e miséria socializadas, no menor país da América Central.

terça-feira, março 10, 2009

Conferência Regional de Educação Indígena (Bahia, Sergipe e Alagoas)


Adeum Sauer, secretário estadual de educação

Foi aberta, hoje, terça-feira (10), a Conferência Regional de Educação Escolar Indígena, em Salvador-ba.

sexta-feira, março 06, 2009

O legítimo MST

Massacre de Eldorado dos Carajás-19 trabalhadores assassinados


Caluniadora e consequentemente criminalizadora de todos os movimentos sociais em geral, e do MST em particular, a mídia obesa brasileira não se cansa de apontar estas organizações sociais como geradoras de situações desrespeitosas à nossa constituição. Não bastasse toda a gritaria generalizada, agora ganhou reforço do suspeito, desqualificado e exibicionista presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Saindo em defesa dos latifundiários, o supremo presidente fez acusações difamatórias contra o movimento social mais legítimo deste país.


Quem conhece a história agrária brasileira, que ainda continua com sua estrutura de capitania hereditária, reconhece a legitimidade da luta desses bravos trabalhadores rurais. O apoio que o MST vem recebendo de presidentes, intelectuais e movimentos sociais de outros países só reforça o caráter democrático das reivindicações agrárias que formam o escopo da existência do MST.


Sempre agredido pelos sicários que defendem os latifúndios, os membros do MST têm ao curso desses vinte e cinco anos de existência penado para avançarem na luta. Reforma agrária, já. Pelo fim dos latifúndios. Acima, uma foto do massacre de Eldorado dos Carajás, onde 19 trabalhadores rurais foram assassinados. Só para lembrar aos de "memórias curtas".