segunda-feira, outubro 20, 2008

Prêmio Vladimir Herzog


Os repórteres da Revista Carta Capital, Gilberto Nascimento e Rodrigo Martins, foram os vencedores do 30º prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos humanos. O prêmio, uma homenagem ao jornalista que foi assassinado sob tortura nos porões da ditadura militar, recebido pelos repórteres, foi resultado da reportagem "Um torturador à solta". Os repórteres descobriram que o delegado Dirceu Gravina, torturador do famigerado DOI-CODI, conhecido como JC, estava trabalhando na delegacia de Presidente Prudente. A matéria também aborda uma ação do ministério público que responsabiliza civilmente torturadores e autoridades da época da ditadura militar no Brasil. Após a matéria ter sido publicada, o delegado foi afastado do cargo.

Vladimir Herzog

No dia 24 de Outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog, então diretor de jornalismo da TV Cultura, foi convocado para ir ao Destacamento de Operações Internas (DOI), para prestar esclarecimentos sobre suas relações políticas com o PCB. Na manhã do dia seguinte, ele dirigiu-se para o quartel da Rua Tutóia. O depoimento foi tomado sob uma fortíssima sessão de tortura. Não resistindo, Herzog morreu no mesmo dia. Chamado para fazer o laudo-necroscópico, o médico Harry Shibata sustentou a tese de suicídio. A Sociedade Cemitério Israelita não aceitou a versão apresentada pelo exército, e decidiu não enterrar o corpo do jornalista na ala reservada aos suicidas. A morte de Vlado gerou uma série de protestos no país , criando, com isso, uma fissão dentro do próprio exército. Por determinação do ditador de plantão, general Ernesto Geisel, o comandante do II exército, Ednardo D'avila Mello, foi afastado. Em 1996, a Comissão Especial dos desaparecidos Políticos reconheceu que Herzog fora assassinado. Vá ao endereço http://www.cartacapital.com.br/ e leia a matéria que premiou os repórteres, publicada na edição 501 da revista.

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