sábado, fevereiro 28, 2009

A "Ditabranda" da Folha de São Paulo ou, "Não assine a Folha"


O Jornal Folha de São Paulo inventou uma fórmula cínica para medir a ferocidade das ditaduras no mundo. O medidor foi apresentado em um editorial que chamou a ditadura militar, que desgovernou o país e matou adversários usando os piores métodos, de "Ditabranda" . Desconfio, não, tenho certeza que o jornal está tentando desculpar-se, minimizando a barbaridade cometida pelos militares no período em que estiveram no poder. Porque desculpando-se?. Ora, porque a Folha de São Paulo (atenção incautos) emprestava carros do jornal para conduzir presos de quartéis para os centros de tortutras, como o DOI-CODI, por exemplo. A historiadora Beatriz Kushnir lançou um livro com o título "Cães de Guarda-jornalistas e censores do AI 5 à constituição de 1989" que desvenda os laços estreitos entre jornais e jornalistas à serviço da sangrenta ditadura. No livro, a autora narra o caso (entre outros) de um garoto de 16 anos que foi preso junto com o pai e pôde testemunhar a colaboração do jornal Folha de São Paulo com os milicos torturadores. Daí a tentativa de menoscabar os adversários da ditadura e tenazes seres humanos que querem a abertura dos arquivos que só irão contribuir para o fortalecimento da democracia brasileira. Os "pés de barro" da Folha de São Paulo, como se vê, continuam deixando rastros e colaborando com a Ditadura Militar. Em vez de condenar todas as ditaduras no mundo, ela, a Folha, ideologiza a discussão numa tentativa vã de desculpar-se, relativizando os horrores do recente período negro da história do país. Acima, uma foto do jornalista Wladimir Herzog, morto sob torturas por não querer colaborar com a "Ditabranda" da Folha.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

"Eu lhe dei sua mulher"

Foto:AP
A Itália, que já foi berço de Nero e Calígula, além da última flor do Lácio, agora protagoniza junto com a França, que nos legou o valoroso lema"Igualdade, Fraternidade e liberdade", um fato no mínimo curioso: segundo a imprensa francesa, o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi teria sussurrado ao ouvido do presidente francês Nicolas Sarkosy,"Eu lhe dei sua mulher".

O episódio teve como cenário a entrevista coletiva realizada em Roma, no último dia 24, após a Cúpula ítalo-francesa. "eu e Silvio Berlusconi -dizia o presidente da França- fizemos reconhecer a homologação dos diplomas superiores que até agora (...), nesse momento, segundo um diário Francês, o primeiro-ministro italiano se aproximou e pronunciou a frase que Sarkozy esquivou com um sorriso.

Pois é. Que relação promíscua entre dois chefes de estado, não? Isto me lembra um pensador brasileiro chamado Barão de Itararé. Segundo ele, "existem homens públicos que fazem na vida pública o que só deveriam fazer na privada". No caso dos dois chefes de estado acima citados, eles não têm a menor cerimônia em dizer em público o que, como responsáveis políticos, deveria envergonhá-los. O que será que fazem na privada, hein?

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Hugo Chávez vence o referendo


Fotos:FPG-Lusa

"O soldado bisonho crê que está tudo perdido desde que é derrotado uma vez". Bem que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, poderia ter iniciado seu discurso de domingo na sacada do palácio Miraflores, após o resultado do referendo que lhe dá o direito de candidatar-se quantas vezes queira, com esta frase do libertador Simon Bolivar. Chávez, o socialista teimoso que não capitula diante das ameaças golpistas da direita venezuelana. Hugo, que, legitimamente eleito, foi destituído por um golpe de estado, que teve o apoio dos Estados Unidos e da mídia golpista,mas que foi reconduzido ao palácio de governo nos braços do povo. Agora ele ganha o direito de candidatar-se indefinidamente para servir ao povo e frear o avanço perverso de uma política neoliberal fracassada. A mídia brasileira esperneia. Tem medo do avanço popular. Ela que sempre foi golpista e cúmplice das classes dominante nos processos de exclusão do povo das decisões políticas. Lembremos da campanha das diretas já. Lembremos do resultado das conspirações. Por isso tenta mostrar o presidente venezuelano como um ditador. Nada mais falso. Hugo Chávez está fazendo valer a democracia participativa. A verdadeira democracia. Ou alguém ainda mantém um grau de inocência capaz de achar que a democracia representativa serve para alguma coisa além da defesa de interesses privados. O parlamento que nós temos representa os interesses do povo? Claro que não. Precisamos nos espelhar na Venezuela e decidirmos através de referendos e plebiscitos nosso destino. Viva Hugo Chávez, Viva Bolivar. Viva a democracia participativa.