terça-feira, agosto 05, 2008

Vale a pena ler


Pedro Páramo

Juan Rulfo

«O México no Labirinto da Morte e da Solidão» por Raquel Ribeiro in Público/Milfolhas, Sábado, 24 de Julho de 2004

Gabriel García Márquez chegou ao México em 1961, no mesmo dia em que Hemingway se matou. Nunca tinha ouvido falar de Juan Rulfo. Márquez era "um escritor com cinco livros clandestinos", isto é, não publicados. "Sentia-me metido numa caixa sem saída e estava à procura de uma brecha para escapar. Conheci autores bons e maus que me poderiam ter ensinado o caminho e, contudo, sentia-me girando em círculos concêntricos (...) ainda me faltavam muitos livros pendentes, mas não concebia um modo convincente e poético de os escrever. Estava assim quando Alvaro Mutis subiu os sete pisos da minha casa com um conjunto de livros, separou do monte o mais pequeno e mais curto e me disse, a rir: 'Lea esa vaina, carajo, para que aprenda'; era Pedro Páramo." Márquez não conseguiu dormir naquela noite. E durante um ano, diz, não conseguiu ler outro autor.

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