
Deram um Fuzil ao menino
Firmino Rocha
Adeus luares de Maio,
Adeus tranças de Maria,
Nunca mais a inocência,
nunca mais a alegria,
nunca mais a grande música
no coração do menino.
Agora é o tambor da morte
rufando nos campos negros.
Agora são os pés violentos
ferindo a terra bendita.
A cantiga, onde ficou a cantiga?
No caderno de números,
o verso ficou sozinho.
Adeus ribeirinhos dourados.
Adeus estrelas tangiveis.
Adeus tudo que é de Deus.
Deram um fuzil ao menino.



Um comentário:
Excelente, as imagens e o poema! Como sempre, você detonando, Parabéns!
E olhe que dessa vez, nem precisou do céu azul. Rs!
Robson Mendes
http://olhosdissimulados.blogspot.com/
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